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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Uma nova visão da motivação


Consultor americano apregoa revolução nos modelos motivacionais

Por Edição Edson Porto com Álvaro Oppermann



Em pleno século 21, existe ainda um fosso entre o que a ciência aprendeu sobre a motivação humana e o que os executivos e teóricos da administração recomendam e ministram nas empresas. O modelo que prevalece é o taylorista, baseado na recompensa e no castigo (a “cenoura e o porrete”). Em muitos casos, é como se as descobertas feitas nas últimas quatro décadas por neurocientistas, psicólogos e sociólogos não existissem. A ciência descobriu que a melhor motivação é a busca da satisfação, mas pouquíssimos sabem o que fazer com isso. O novo livro de Dan Pink, escritor de ciência de veia pop, é uma boa opção para quem está interessado no assunto. O título em inglês é Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us (“Motivação: a verdade surpreendente sobre o que realmente nos motiva”, numa tradução aproximada). Na obra, Pink usa a terminologia da internet para identificar os modelos motivacionais e explicar seu desenvolvimento. Por milhares de anos, diz Pink, a principal força impulsionadora do ser humano foi a mera sobrevivência. Com raras exceções, até pelo menos a Revolução Industrial, a grande maioria da humanidade estava preocupada apenas com o que teria para a próxima refeição e onde iria dormir. Essa, na versão de Pink, é a “motivação 1.0”.
Com o enriquecimento de uma parte da população global, gradativamente ela foi sendo substituída pelo que o autor chama de “motivação 2.0”. Descobrimos que, ao dar uma recompensa para alguém, essa pessoa tenderá a repetir a ação que a fez ser recompensada. Ao puni-la, sucede o oposto. Foi no século passado que esse modelo ganhou contornos elaborados no mundo corporativo, tornando-se uma das essências da empresa moderna.
Pink defende que as companhias precisam mudar e aplicar o que batizou de “motivação 3.0”, em que o motor central é a recompensa emocional e não apenas a financeira. Por essa lógica, a motivação deixa de se basear somente em tangíveis, como o salário, e passa a se basear também em aspectos intangíveis da função ou trabalho. Um exemplo da banal “motivação 3.0” é a política de horários flexíveis, que permite ao funcionário chegar em horários convenientes para ele. O intangível aqui é a liberdade, a possibilidade de gerenciar de maneira mais plena a própria vida. A política do Google, cujos funcionários dedicam 20% do seu tempo a projetos pessoais, é outro exemplo.
Dan Pink afirma que as companhias são hoje “maximizadoras de lucro”, e que as novas empresas deverão se tornar “maximizadoras de objetivos humanos”. Parece bom, embora um tanto utópico.
Taylorismo – O conceito ganhou forma com a publicação da obra do americano Frederick W. Taylor, em 1911, na qual descrevia a ideia de dividir o trabalho em partes simples que pudessem ser padronizadas e repetidas à exaustão
Fonte:http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI125312-16366,00.html

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